quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Neutrinos mais rápidos que a luz foram resultado de um cabo solto

Cientistas descobriram falha no equipamento que gerou uma das maiores polêmicas científicas do ano passado

Foto: AP (Nesta foto de arquivo, técnicos do Cern passeiam pelo experimento OPERA, que gerou os supostos neutrinos mais rápidos que a luz)

Todos podem dormir sossegados: a Teoria da Relatividade de Albert Einstein está salva por enquanto. Os neutrinos mais rápidos que a luz, descobertos no ano passado por físicos do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (na sigla em francês, CERN) nada mais foram do que resultado de uma má conexão entre um dos computadores e o GPS do experimento.

Em setembro de 2011, físicos do experimento OPERA descobriram que neutrinos (pequenas partículas subatômicas) estavam fazendo a viagem entre dois laboratórios, uma na Suíça e outro na Itália, a uma velocidade 60 nanossegundos mais rápida que a da luz – de acordo com a teoria de Einstein, isso seria impossível. Os resultados foram publicados para que a comunidade científica pudesse avaliá-los.

Uma segunda tentativa em novembro continuou dando o mesmo resultado, enquanto físicos do mundo inteiro coçavam a cabeça, tentando descobrir eventuais erros e imaginando como seria um universo em que a Teoria da Relatividade não fosse mais válida.

Mas porta-vozes do CERN admitiram nesta quarta-feira (22) que técnicos do Centro descobriram no início do mês que a discrepância pode estar relacionada a problemas com o GPS usado na experiência. Foi descoberta uma má conexão do cabo ótico que ligava um GPS a uma unidade de processamento do OPERA. Esse problema gerava justamente os 60 nanossegundos a menos registrados na experiência. Outro problema pode ter sido na sincronização dos dados do GPS com o processamento central.

De acordo com James Gillies, do CERN, essa hipótese ainda tem que ser confirmada, com a repetição dos testes, agora com todos os cabos e equipamentos em ordem.




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